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sexta-feira, 30 de setembro de 2011
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Dead Snow (Død Snø)
Um grupo de amigos decide passar as férias de Páscoa em um chalé localizado nas montanhas geladas de Øksfjord, Noruega. Mais tarde, eles são surpreendidos por algo terrível: Nazistas Zumbis.
Sim, você leu certo. NAZISTAS ZUMBIS, PORRA! Ou melhor, NAZISTAS ZUMBIS NA NEVE, PORRA!
Logo nos primeiros minutos do filme, temos um diálogo (Um dos melhores, pois a maioria deles é fraco ou forçado) bacana. Na estrada, em direção ao tal chalé, os homens conversam sobre como uma cuspidela pode salvar a sua vida caso você seja pego por uma avalanche.
De tão desinteressantes, nem vou falar muito dos personagens humanos. Só é bom saber que eles são estudantes de medicina e, curiosamente, um deles é hematofóbico. Ah, também tem o gordinho fã de filmes de terror (O filme homenageia e referencia filmes como Sexta-Feira 13,Evil Dead, Dead Alive e até mesmo Shaun of the Dead).
Com exceção do diálogo mencionado acima, a primeira metade do filme é um saco. Acredito que foi por conta disso que muita gente desistiu de assistir Dead Snow até o fim. E se você ainda não assistiu, provavelmente terá vontade de fazer o mesmo. Mas não faça! Depois que os zumbis atacarem o chalé (Ou cabana, foda-se), só vai ter cena maneira.
Durante a parte “saco” do filme, a galera tá lá aproveitando a vida e festejando, até que um velho misterioso aparece DO NADA e começa a contar pros outros personagens uma história de terror misturada com fatos históricos. Aí ficamos sabendo que o norte da Noruega sofreu muito com a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Os alemães invadiam as casas da região, coletavam todas as riquezas que viam (E olha que, só na base da pilhagem e do latrocínio, conseguiram juntar bastante coisa) e matavam impiedosamente aqueles que tentassem impedi-los. E segundo o velhote, os moradores enfurecidos se rebelaram, emboscaram e mataram alguns nazis, resultando na fuga dos que sobreviveram para essas montanhas. Não se sabe exatamente como os soldados alemães se transformaram em zumbis, mas tudo indica que foi algum tipo de força demoníaca ou maldição (Nope, nada de Vírus dessa vez). É claro que ninguém dá importância pra o que o velho diz e ele acaba se mandando dali.. Mas hein? O cara sabe tudo sobre dos zumbis, mas mesmo assim vive em uma barraca no meio da montanha? É, e aposto que o Tommy Wirkola escreveu essa parte do roteiro enquanto cagava em um banheiro público.
Um tempo depois, o gordinho vai pegar uma cerveja e encontra uma caixinha cheia de tesouro. Nem preciso dizer que isso tem muito a ver com a história de terror do velho, né?
O legal é que o gordinho morre usando uma camiseta do Braindead haha.
E como todo ser humano é desprezivelmente ambicioso, eles nem pensaram duas vezes antes de socar uma quantia daquilo em seus bolsos. Pronto, merda feita. Agora os soldados mortos-vivos irão buscar o que lhes pertence.
Finalmente chegamos na segunda metade do filme! Daqui pra frente, não vou me aprofundar no enredo porque é justamente nessa parte que o filme começa a valer a pena.
Mini-spoiler: MUITO sangue e MUITA neve!
Isso que eu chamo de “ataque soviético” (Me perdoem, eu tive que fazer essa piada)!
Antes de terminar essa resenha, vamos falar um pouco sobre o coisa mais legal do filme todo: Os próprios nazi zombies, é claro! Wirkola disse em uma entrevista que acrescentar elementos nazistas aos zumbis era a melhor maneira de torná-los ainda mais repugnantes e malvados. E não é só pelo fato de serem ex-seguidores de Hitler que os zumbis de Dead Snow se diferenciam dos padrões atuais de mortos-vivos. Eles não são muito chegados em comer gente (Sério, apesar de brutalmente mortos, ninguém é devorado no filme). O problema é que eles são muito materialistas (Acho que não é a palavra certa, mas você entendeu) e isso quer dizer que você será caçado até a morte se estiver levando consigo uma parte de suas riquezas.
O ambiente e o cenário do filme também são outros pontos positivos. Sem contar que estes são, provavelmente, os zumbis mais bem vestidos da história do cinema (E o uniforme do chefão lá? Foda demais).
Zumbis em uniformes de guerra correndo com o pé afundando na neve = coisa mais engraçado do mundo.
Dead Snow tinha tudo pra ser genial, entretanto, o máximo que Wirkola nos oferece é uma mistura heterogênea de terror ruim com diversão. E pra quem ainda não assistiu, três coisas eu garanto: Você vai rir, você vai se divertir e você vai gostar do final.
Nota: 8
Død Snø (90 minutos – Comédia)
Lançamento: Noruega, 2009
Direção: Tommy Wirkola
Roteiro: Tommy Wirkola & Stig Frode Henriksen
Elenco: Charlotte Frogner, Stig Frode Henriksen, Bjørn Sundquist, Ane Dahl Torp, Jenny Skavlan
Lançamento: Noruega, 2009
Direção: Tommy Wirkola
Roteiro: Tommy Wirkola & Stig Frode Henriksen
Elenco: Charlotte Frogner, Stig Frode Henriksen, Bjørn Sundquist, Ane Dahl Torp, Jenny Skavlan
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
TRASH HOUR
TRASH HOUR « Canal Brasil
Allan Sieber explorando as últimas fronteiras do politicamente incorreto....
Allan Sieber explorando as últimas fronteiras do politicamente incorreto....
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Chega ao mercado repelente que expulsa os Flanelinhas dos carros
Repelente deve ser aplicado na parte externa do automóvel e o odor evita a aproximação de um flanelinha.
Uma empresa mineira acaba de lançar um repelente, que deve ser aplicado na parte externa dos automóveis, para que os flanelinhas não se aproximem. De acordo com a fabricante, o produto funciona perfeitamente, pois provoca um cheiro insuportável para os flanelinhas, que preferem ficar distantes do veículo, quando sentem o odor do repelente.
Alguns proprietários de automóveis, ouvidos pela reportagem de G17, gostaram do produto, mas acharam um pouco caro. De acordo com o Assistente de Auxiliar Gilvan Gouveia, com os flanelinhas os motoristas gastam apenas algumas moedas, já o produto custa muito mais que isso. Ou seja, para economizar dinheiro compensa mais pagar ao flanelinha do que comprar o repelente.
Os flanelinhas disseram que vão se reunir e promover uma passeata, para protestarem contra o repelente, pois julgaram a invenção de preconceituosa. “Não somos mosquitos”, disse um flanelinha.
Alguns proprietários de automóveis, ouvidos pela reportagem de G17, gostaram do produto, mas acharam um pouco caro. De acordo com o Assistente de Auxiliar Gilvan Gouveia, com os flanelinhas os motoristas gastam apenas algumas moedas, já o produto custa muito mais que isso. Ou seja, para economizar dinheiro compensa mais pagar ao flanelinha do que comprar o repelente.
Os flanelinhas disseram que vão se reunir e promover uma passeata, para protestarem contra o repelente, pois julgaram a invenção de preconceituosa. “Não somos mosquitos”, disse um flanelinha.
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Fonte aqui.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Um dos melhores sites para passar o tempo....
Este resumo não está disponível.
Clique aqui para ver a postagem.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Velhas Virgens faz 25 anos e lança cerveja própria
A banda de rock Velhas Virgens surgiu em 1986 “para se divertir, beber de graça e pegar a mulherada”, como conta o vocalista Paulão. Com letras que passam longe do politicamente correto, o grupo chegou à marca de onze CDs e três DVDs gravados. A banda, formada também por Cavalo (guitarra), Tuca Paiva (baixo), Roy Carlini (guitarra), Simon Brow (bateria) e Juliana Kosso (vocais), tem muitas músicas que falam sobre bebida, como “De bar em bar”, “Turnê do Chopp” e “Vamos beber”. Essa foi uma das razões para criar um produto especial em 2011, ano em que o grupo completa 25 anos: a cerveja Indie Rockin’ Beer Velhas Virgens, com lançamento previsto para acontecer até novembro. A bebida, no estilo India Pale Ale (IPA, cerveja de alta fermentação), foi desenvolvida pelo cervejeiro Reynaldo Fogagnolli. Até 2013, eles planejam lançar mais duas cervejas. Também nas comemorações de boda de prata, Paulão lançou o livro “Na Terra das Mulheres Sem Bunda”. Em entrevista ao Blog do Curiocidade, Paulão falou sobre a nova bebida e a trajetória da Velhas Virgens.
A ideia de lançar uma cerveja da Velhas Virgens nasceu numa mesa de bar?
A gente fala muito disso nas músicas: boemia, bebedeira e farra. E sempre tocamos no assunto da cerveja. Quando a lançamos o nosso primeiro disco, em 1995, até fizemos um rótulo e colamos em garrafas de cerveja normais para fazer divulgação. Então, é uma ideia que já existe há muito tempo. Nós temos amizade com o Reynaldo Fogagnolli. A gente conversou com ele e calhou de tudo dar certo.
A gente fala muito disso nas músicas: boemia, bebedeira e farra. E sempre tocamos no assunto da cerveja. Quando a lançamos o nosso primeiro disco, em 1995, até fizemos um rótulo e colamos em garrafas de cerveja normais para fazer divulgação. Então, é uma ideia que já existe há muito tempo. Nós temos amizade com o Reynaldo Fogagnolli. A gente conversou com ele e calhou de tudo dar certo.
Como vai ser a primeira cerveja Velhas Virgens?
A nossa intenção é lançar uma cerveja com um sabor diferente. Muita gente está dizendo que existe harmonização de cerveja com alimentos. A nossa cerveja harmoniza com mais cerveja. É para beber e se divertir. A cerveja é uma bebida descompromissada, e as pessoas estão querendo transformá-la em vinho. A gente quer recuperar a coisa da bebida divertida.
A nossa intenção é lançar uma cerveja com um sabor diferente. Muita gente está dizendo que existe harmonização de cerveja com alimentos. A nossa cerveja harmoniza com mais cerveja. É para beber e se divertir. A cerveja é uma bebida descompromissada, e as pessoas estão querendo transformá-la em vinho. A gente quer recuperar a coisa da bebida divertida.
Já tem slogan?
Sim. Um deles é esse mesmo: “a cerveja que combina com mais cerveja”. O outro é: “beba em alto volume”.
Sim. Um deles é esse mesmo: “a cerveja que combina com mais cerveja”. O outro é: “beba em alto volume”.
A cerveja Devassa contratou a Sandy como garota-propaganda. Quem será a estrela dos anúncios da cerveja da Velhas Virgens?
Estamos programando vídeos virais com o Cavalo, o Tuca e eu ao lado de uma panela, como se estivéssemos fazendo a cerveja. Vamos jogar algumas coisas malucas, como o sapato do Elvis Presley. Mas, se tivesse que escolher alguma garota-propaganda, poderia ser a Amy Winehouse, que bebe de verdade. A Sandy não convence ninguém. Poderia ser também a Juliana, a nossa vocalista. A Ângela Ro Ro também seria ideal. Ela gosta de bebida, e teria que ser uma pessoa iniciada.
Estamos programando vídeos virais com o Cavalo, o Tuca e eu ao lado de uma panela, como se estivéssemos fazendo a cerveja. Vamos jogar algumas coisas malucas, como o sapato do Elvis Presley. Mas, se tivesse que escolher alguma garota-propaganda, poderia ser a Amy Winehouse, que bebe de verdade. A Sandy não convence ninguém. Poderia ser também a Juliana, a nossa vocalista. A Ângela Ro Ro também seria ideal. Ela gosta de bebida, e teria que ser uma pessoa iniciada.
Como foram os testes para aprovar a cerveja?
A cerveja é uma bebida muito diferente do vinho, por exemplo, porque você pode temperar com o que quiser. Existe uma forma básica, clássica, mas você pode acrescentar ingredientes para dar o seu sabor. Por gostar de cerveja, a gente consome vários tipos de IPA. A gente sentou na fábrica do Reynaldo, experimentamos algumas e decidimos. Na primeira prova, a gente achou que carecia de um pouco mais de corpo, amargor. Nós fizemos um lançamento na Beer Experience [festival de cervejas especiais que aconteceu em São Paulo no último dia 20], e as pessoas gostaram. Mas a definitiva vai sair com um pouco mais de corpo.
A cerveja é uma bebida muito diferente do vinho, por exemplo, porque você pode temperar com o que quiser. Existe uma forma básica, clássica, mas você pode acrescentar ingredientes para dar o seu sabor. Por gostar de cerveja, a gente consome vários tipos de IPA. A gente sentou na fábrica do Reynaldo, experimentamos algumas e decidimos. Na primeira prova, a gente achou que carecia de um pouco mais de corpo, amargor. Nós fizemos um lançamento na Beer Experience [festival de cervejas especiais que aconteceu em São Paulo no último dia 20], e as pessoas gostaram. Mas a definitiva vai sair com um pouco mais de corpo.
Vocês tomaram muita cerveja até chegar no resultado final?
Ah, a gente adora experimentar! Ficaram com medo que o pessoal não gostasse no Beer Experience, mas a gente avisou: “se não gostarem, a gente bebe o prejuízo!”
Ah, a gente adora experimentar! Ficaram com medo que o pessoal não gostasse no Beer Experience, mas a gente avisou: “se não gostarem, a gente bebe o prejuízo!”
O que falta para o lançamento?
Falta só o registro no Ministério da Agricultura. A gente está bem animado. Não estamos emprestando o nome da banda pra uma cervejaria, a gente realmente é o produtor. Estou achando que, com a cerveja, vamos conseguir fazer sucesso – já que, com a banda, não fizemos tanto (risos). Nem todo mundo gosta de rock. Mas a cerveja até pagodeiro vai tomar.
Falta só o registro no Ministério da Agricultura. A gente está bem animado. Não estamos emprestando o nome da banda pra uma cervejaria, a gente realmente é o produtor. Estou achando que, com a cerveja, vamos conseguir fazer sucesso – já que, com a banda, não fizemos tanto (risos). Nem todo mundo gosta de rock. Mas a cerveja até pagodeiro vai tomar.
O que você tem para brindar nesses 25 anos da banda?
As pessoas começam uma banda achando que vão ficar famosas e ricas. A gente começou sem a menor pretensão, e o fato de comemorar 25 anos é uma coisa inacreditável. A gente queria mais era se divertir, beber de graça e pegar a mulherada. Bom, acho que deu certo, porque hoje está todo mundo casado. Se bem que, no fim, a mulherada que pegou a gente… Bom, quando a gente começou, em 1986, o rock estava em alta. Tinha o Legião Urbana com letras mais filosóficas, por exemplo. A gente até pensou em falar de algo mais cabeça, mas tínhamos que falar de alguma coisa que a gente entendesse. No caso, era a boemia. A gente nunca teve a pretensão de que isso virasse um ganha-pão. Hoje, todo mundo tem seus trabalhos paralelos, mas até daria [para viver de música]. Mas teria que parar de beber tanta cerveja refinada… É muito caro.
As pessoas começam uma banda achando que vão ficar famosas e ricas. A gente começou sem a menor pretensão, e o fato de comemorar 25 anos é uma coisa inacreditável. A gente queria mais era se divertir, beber de graça e pegar a mulherada. Bom, acho que deu certo, porque hoje está todo mundo casado. Se bem que, no fim, a mulherada que pegou a gente… Bom, quando a gente começou, em 1986, o rock estava em alta. Tinha o Legião Urbana com letras mais filosóficas, por exemplo. A gente até pensou em falar de algo mais cabeça, mas tínhamos que falar de alguma coisa que a gente entendesse. No caso, era a boemia. A gente nunca teve a pretensão de que isso virasse um ganha-pão. Hoje, todo mundo tem seus trabalhos paralelos, mas até daria [para viver de música]. Mas teria que parar de beber tanta cerveja refinada… É muito caro.
(Com colaboração de Karina Trevizan e fotos de divulgação)
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Blogg genial
Esse cara supera qualquer tipo de comunicação antes vista... hahaha
Fantástico como lidar com fineza perante as tentativas de barganha pelo trabalho realizado.
Por que ninguém barbaganha preço com o médico que vai lhe operar um familiar???
As pessoas precisam respeitar o trabalho dos outros!
terça-feira, 6 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
sábado, 3 de setembro de 2011
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Carna Velhas 2
31 de agosto de 2011
Velhas Virgens: Carnavelhas 2 – Do Love Story até a Av.São João
Rock não tem nada a ver com samba? Há. Você é que pensa. E não estou, nem de longe, me referindo àquela babaquice batizada de “samba rock”. Aqui, o papo é outro.
Chamados com propriedade de “a maior banda independente do Brasil”, os músicos das Velhas Virgens precisam, afinal de contas, fazer questão de manter-se “independentes”. E isso significa não apenas lançar seus álbuns autorais por conta própria, sem ligações com grandes gravadoras, mas também ter a liberdade para ousar. Normalmente conhecido pelos flertes do rock clássico com o blues, o sexteto já tinha causado certa chiadeira entre parte dos fãs ao lançar o ótimo “Carnavelhas”, com suas próprias marchinhas de Carnaval com tempero roqueiro. Mas eles não pararam por aí – e este ano, devidamente azeitados com uma de suas mais sólidas formações nestas suas décadas de trajetória, eles lançam o segundo “Carnavelhas”, ainda mais saboroso do que o anterior. Rock não tem nada a ver com samba? Há. Você é que pensa. E não estou, nem de longe, me referindo àquela babaquice batizada de “samba rock”. Aqui, o papo é outro.
Carnavelhas 2: Do Love Story até a Av.São João é uma homenagem, de peito escancarado, a cidade de São Paulo. E tudo no álbum soa como uma verdadeira declaração de amor à vida e obra de ninguém menos do que Adorinan Barbosa, apaixonado pela Terra da Garoa e um exímio cronista urbano. Assim como grande parte de seus contemporâneos, Adoniran escrevia sobre boêmia, sobre as figuras da noite, sobre os bares, sobre a mulherada e as dores de amor – a seu jeito bem particular, sempre com bom humor, é claro. Alguém aí notou algum tipo de semelhança com as Velhas Virgens? Mulher, boteco, cerveja, humor? Bingo. Tratados como criaturas à margem da sociedade pelos “medalhões musicais” da época, sambistas como Adoniran e Noel Rosa foram os roqueiros de seu tempo. Se Paulão os tivesse conhecido, talvez tivessem formado juntos a sua própria versão das Velhas Virgens.
“Carnavelhas 2” tem batuques, cuícas, tamborins. Mas também tem muita guitarra – e altíssimas doses da sacanagem que é tão importante para as Velhas quanto o baixo ou a bateria. Em “Um Chopps e Dois Pastel”, a banda evoca o português particular e peculiar de Adorinan enquanto desfila personagens típicos da sociedade paulistana como Hebe Camargo, Tom Zé e o Professor Pasquale. Já “São Paulo Meu Amor, Minha Menina”, dedicada aos Demônios da Garoa (não por acaso, grupo que mais gravou as composições de Adoniran), trata a metrópole como uma mulher apaixonante, do tipo que “de noite é deslumbrante”. O ápice do CD, no entanto, é “Praia de Paulista”, uma elegia politicamente incorreta (Graças a Deus!) ao beberrão urbano que não tem a menor paciência para a combinação areia e mar – e que, se pudesse, ia mandar “azulejar o mar”. Refrão simplesmente irresistível.
Vale também ressaltar as excelentes participações especiais, que dão ainda mais charme à bolacha. Em “DNA de Malandro”, Paulão divide os vocais com Nasi (ex-Ira!) numa canção que é puro Bezerra da Silva. Procurando um novo amor “Nos Bares da Vila Madalena” (de preferência, uma mulher bunduda e burra, conforme atesta a letra), o cantor troca experiências com Laert Sarrumor, a voz do Língua de Trapo. Faminto depois de encher a cara a noite inteira, Paulão pede um toque para Wandi Doratiotto (Premê) sobre onde é possível encher a pança de madrugada. Com direito à introdução de “Eu Gosto de Mulher”, Roger Moreira (Ultraje a Rigor) volta a fazer parceria com as Velhas na quase chicleteira “Em Tese”, que leva a pegação para o ambiente universitário e bem que poderia embalar uma micareta. O momento crucial, no entanto, é mesmo quando Paulo Miklos (Titãs) entra em cena, para o rock travestido de samba-enredo das antigas “Adão e Eva”, sobre uma mulher traidora que dá um “perdido” no namorado durante o Carnaval.
Ah, sim, uma coisa é fato: “Carnavelhas 2” deixa mais do que claro que, finalmente, as Velhas encontraram uma vocalista feminina à altura da banda. Basta perceber que Juliana Kosso comanda sozinha não uma, como de costume, mas duas faixas – “SP Pornô” (com uma série de piadinhas de duplo sentido sobre os principais pontos de referência da cidade) e “Taca Silicone na Japa” (tributo aos imigrantes japoneses cujo título é auto-explicativo).
Ao final do disco, na festiva “Turnê do Chopp”, Paulão oferece aos turistas um verdadeiro mapa da mina sobre os melhores bares para tomar um chopp de qualidade na capital paulistano. Uma pérola, como só as Velhas Virgens conseguiriam fazer. Um brinde a mais um discaço.
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